
Vera Maria T. Silva, no texto Celeiros de Cultura afirma se fôssemos repartir o acesso de uma biblioteca escolar em dois grandes blocos, poderíamos denominá-los de "bloco informativo e bloco artístico". No primeiro estariam as obras de cunho didático, os dicinários, os compêndios, os tratados, as gramáticas, as ciências - estudo e conhecimento. No segundo as artes, a arte da palavra, a literatura - associamos com sensibilidade, emoção, imaginação.
Para estimular o pensamento intuitivo, a "inteligência emocional" dos leitores, alargando os limites da grade curricular do Ensino Médio, selecionaram-se os chamados "clássicos da literatura universal". São obras da antiguidade, são textos literários, pelo fato de tocar a sensibilidade do leitor, é capaz de contribuir na sedimentação de conhecimentos que costumeiramente lhe chegam pelos textos informativos. a ficção, em sua exemplaridade, chega a impressionar o leitor mais que a própria realidade.
Conclui-se, então, que, se a literatura é capaz de fazer a síntese entre informação e emoção, a escola precisa tirar partido disso.
Por exemplo, a Guerra de Canudos pode ser apresentada ao aluno sob diversos graus de ficcionalização, que vão desde o trabalho quase documental de Os Sertões, de Euclides da Cunha; ao romance A Guerra do Fim do Mundo, que mantém os traços históricos essenciais; chegando à virtualidade de a Casa da Serpente, romance em que José J. Veiga nega a história e cria outro desfecho para Antônio Conselheiro.
Contudo, há temas de extrema atualidade que podem ser trazido à discussão em aulas de Geografia, Ciências, ou de Filosofia a partir do tratamento que a ficcção lhes dá, incluindo-se a ficção infanto-juvenil. Por exemplo, A Chave do Tamanho, de Lobato, discute a guerra e também noções de ecologia. O Abraço, de Lygia Bojunga Nunes, traz à cena o abuso sexual de crianças. A Reforma da Natureza, de Lobato, são obras antigas de extrema atualidade em vista dos avanços da engenharia genética e do processo de clonagem.
" A leitura não é uma atividade elitizada, mas uma
ferramenta de transformação
social dos indivíduos".
(Julian C.)
1 comentários:
Olá! Gostei de ver o seu incentivo a leitura, também trabalho com leitura. Elane Arantes
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